Combinação de tecnologia, processos e pessoas tem como objetivo trazer mais qualidade e eficiência aos departamentos tributários.
Um dos principais clichês quando se fala no ambiente de negócios no Brasil é o fato de que o país tem “a mais complexa legislação tributária” do mundo. Mas a adoção cada vez maior de plataformas digitais e novas tecnologias nas organizações, além de alguns movimentos do setor público para desburocratizar a abertura de empresas, por exemplo, apontam para novos horizontes para a gestão e a governança corporativa.
Entre estas tendências está a “Tax Transformation”, uma combinação de tecnologia, processos e pessoas que tem como objetivo trazer mais qualidade e eficiência aos departamentos tributários, automatizando rotinas e permitindo aos profissionais atuarem de forma mais estratégica e menos operacional.
“A Tax Transformation é uma soma de quatro pilares, não apenas tecnologia. Passa por uma mudança de mindset profissional, navega também por processos em diferentes área e pela gestão de dados”, resume Ricardo Guimarães, responsável pela área de Tax na Electrolux Latin America e presidente do Grupo de Tributação e Desburocratização (GTD), iniciativa do Programa de Competitividade WTC Curitiba, Joinville e Porto Alegre.
Nesta jornada, por exemplo, implantar um sistema de solução fiscal não é o suficiente para fazer a transformação tributária. “Isso acontece quando começamos a medir o quanto essa solução está entregando de fato para a empresa, ou seja, analisando dados, o workflow (gerenciamento e segurança das informações), a agilidade dos profissionais, além das camadas de automação e inteligência artificial”, detalhou, durante encontro promovido pelo grupo reunindo empreendedores e especialistas neste mês.
Nesta jornada, por exemplo, implantar um sistema de solução fiscal não é o suficiente para fazer a transformação tributária. “Isso acontece quando começamos a medir o quanto essa solução está entregando de fato para a empresa, ou seja, analisando dados, o workflow (gerenciamento e segurança das informações), a agilidade dos profissionais, além das camadas de automação e inteligência artificial”, detalha Guimarães.
RESULTADOS PRÁTICOS DA TRANSFORMAÇÃO
No encontro, executivos de multinacionais compartilharam iniciativas e projetos que vem transformando os departamentos de tax – e os resultados das empresas. O Grupo Boticário, por exemplo, investiu em uma solução própria para desenvolver internamente a Tax Transformation. “Adquirimos recentemente uma empresa de dados e estamos criando um sistema próprio, que além de nos atender nesta área, será lançado no mercado como serviço a outras empresas. Isso faz parte do nosso processo de Transformação Digital”, comenta Gustavo Luiz Bizinelli, diretor Tributário do Grupo Boticário.
A Philip Morris, por sua vez, investiu na automatização de processos operacionais, como a organização das mais de 2,3 milhões notas fiscais emitidas todo mês, que são feitas por robô com base em Cracóvia (Polônia). Como detalha Nicholas Meira, Tax Manager na Philip Morris International, “com isso passamos a contar com analistas, não apenas operadores, na equipe. Temos condições de pensar e agir de maneira mais estratégica, nos envolvendo nos processos desde o início, além de deixarmos de ser um centro de custos para ser um centro de receita”.
As ações coordenadas unindo tecnologia, processos, gestão e pessoas pode apoiar outros departamentos que “conversam” com o tributário, como o setor jurídico, e gerar oportunidades. “Algumas destas teses estão ganhando jurisprudência nos tribunais e podem trazer resultados positivos para as empresas”, ressalta Nicholas.
Como resume Ricardo Guimarães, “a eficiência de nossas organizações de tax tem sido um grande desafio. Essa transformação vem para ‘empacotar’ uma série de ações que os líderes e gestores precisam tomar para ganhar em qualidade”.
O post Tax Transformation: como o mindset digital pode transformar a complexidade tributária em oportunidades para as organizações apareceu primeiro em Empreendedor.